.Emmanuel Loureiro Garrido |
CONCEPÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE NOVA GERAÇÃO DE CANDEEIROS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA |
Tecnologia fotovoltaica |
Efeito Fotovoltaico
As células fotovoltaicas têm como princípio de funcionamento o efeito fotovoltaico, descoberto em 1839 pelo físico francês Alexandre Edmond Becquerel [5]. O efeito fotovoltaico explica a conversão de energia luminosa incidente numa junção p-n (célula fotovoltaica) em energia eléctrica. Segundo os princípios do efeito fotovoltaico, a incidência de fotões na camada n de um material semicondutor fornece energia aos electrões (portadores maioritários) que, quando superior à banda de energia intrínseca do semicondutor (bandgap) que separa as bandas de valência e de condução (cerca de 1eV) [3], provoca a criação de pares electrão-lacuna. O campo eléctrico devido à existência da junção p-n promove a circulação dos electrões pelo circuito de carga [6] (exterior à célula fotovoltaica). A tensão da célula deve-se ao efeito de difusão que ocorre no material. O efeito de difusão e o campo eléctrico devido à junção p-n neutralizam-se de forma a atingir um ponto de equilíbrio, dependente da corrente que circula pela carga. A recombinação de portadores na junção p-n, responsável pelo aparecimento da corrente de díodo, aumenta com o aumento da tensão externa. A diminuição da diferença de potencial aos terminais da célula, devida a aumento de carga, diminui o campo eléctrico da junção provocando uma difusão mais larga e consequentemente uma diminuição da corrente de díodo (contrária à corrente na carga). Existem vários factores limitadores do processo de conversão de energia luminosa em energia eléctrica, entre os quais as perdas por:
reflexão;
não absorção, por energia insuficiente dos fotões (só uma pequena parte do espectro solar é capaz de excitar os electrões);
transmissão (não se dá criação do par electrão-lacuna na camada n do semicondutor);
cada fotão só poder excitar um electrão pelo que, para fotões com energia superior à “bandgap” existe um desperdício de energia que é transformada em calor.
Figura 1 – Efeito fotovoltaico
Tecnologias de Conversão
As tecnologias de construção de células fotovoltaicas podem dividir-se em três gerações, da seguinte forma:
Primeira geração: Silício cristalino (actualmente representa cerca de 90% das células disponíveis no mercado).
Segunda geração: Películas finas aplicadas sobre substratos rígidos.
Terceira geração: Películas finas aplicadas sobre substratos flexíveis.
As células que utilizam a tecnologia de silício cristalino podem ainda ser de dois tipos, silício monocristalino ou policristalino. Em ambos os casos, para o seu fabrico, é necessário obter inicialmente silício com um grau de pureza extremamente elevado (99,999999%). Através de diferentes processos industriais é obtido o silício monocristalino ou policristalino consoante o método de processamento utilizado. A eficiência das células de sílicio monocristalino encontra-se entre os 13 e os 17% e a das células de silício policristalino situa-se entre os 11 e 14%. Apesar das primeiras apresentarem uma eficiência mais elevada o processamento do silício monocristalino é também mais dispendioso.
As células da denominada terceira geração não existem ainda no mercado, uma vez que se encontram ainda em fase de testes e, portanto, a sua produção industrial ainda não se iniciou. As tecnologias em desenvolvimento neste domínio passam pelo fabrico de: células multi-junção recorrendo a diferentes materiais semicondutores com gaps de energia sucessivamente mais baixos, possibilitando um melhor aproveitamento do espectro de radiação solar (a eficiência deste tipo de células para o caso de tripla junção atingiu já os 40% [4]); células constituídas por matérias orgânicas semicondutoras, como é o caso do dióxido de titânio, aplicadas sobre substratos flexíveis, cujo objectivo é, em geral, imitar o processo de fotossíntese (a eficiência deste tipo de células ronda ainda os 5% [5]); células designadas por termo-fotovoltaicas em que a energia da radiação solar é inicialmente convertida em calor e em seguida convertida em energia eléctrica por uma célula fotovoltaica concebida para operar numa banda de comprimentos de onda térmicos.
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última actualização: 21-07-2010 |