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Os jardins, como também a arquitectura renascentista dos castelos franceses, unem duas tradições: de um lado a
gótica, com jardins floridos, jardins de plantas medicinais, vergéis, cujos exemplos mais bonitos encontravam-se
nos mosteiros ou nas propriedades principescas, e , do outro, a arte italiana dos jardins, mais arquitectónica, que
os franceses aprenderam a conhecer durante as campanhas de Itália.
Góticos ou italianos, estes jardins transcedem a produção utilitária ou decorativa das espécies vegetais
para elevar-se à poesia, se não até à filosofia, realizando uma elaboração simbólica da busca do amor,
terreno ou místico. Exemplares, neste sentido, os jardins de Villandry fazem reviver aquilo que os
poetas e os pintores descrevem. O jardim decorativo, feito com altos buxos cortados, divide-se em duas
partes: a primeira representa, em quatro quadrados, o amor trágico, o amor passageiro, o amor terno, o
amor louco; a segunda, evoca a música. O horto é dividido em nove quadrados onde brincam, em figuras
geométricas, as formas e as cores de umas vinte espécies vegetais já cultivadas aos tempos de Jean Breton.

O terceiro jardim renascentista reúne as plantas aromáticas e medicinais. Num nível mais alto, um
jardim aquático circundado de árvores cortadas, no estilo do reinado de Luís XV, completa este
museu de jardins. É preciso penetrar no espaço priveligiado dos jardins de Villandry para compreender
o papel dado à herdade adjacente ao castelo: feita para ser admirada das janelas, para completar o
espaço da visita, extender até aos bosques, aos campos, o cenário oferecido aos hóspedes, dentro do
espírito de toda uma arte de viver."- OS CASTELOS DO LOIRE, ÉDITIONS VALOIRE - ESTEL (Edição portuguesa).
 
                              

Filipa Alves Santos | MIEIG 1ºAno | [email protected]