CONCLUSÃO


As divergências de opiniões tornam este assunto num conflito social em que o desejo de evolução científica choca com alguns pensamentos éticos.

O xenotransplante é uma técnica que aínda se encontra pouco desenvolvida e como tal, tem um longo caminho a percorrer no mundo da investigação científica. Rodeia-se ainda de uma série de problemas:

  • Clínicos, rejeição por parte do hospedeiro dos orgãos ou tecidos do doador , que neste caso será um animal; aparecimento de doenças de origem não humana, em que o surgimento de vírus letais poderá ser catastrófico;
  • Éticos, em que se por um lado há quem veja o xenotransplante como meio para prolongar a vida e melhorar a qualidade da mesma, por outro há quem pense que o homem não tem qualquer direito de utilizar os animais em seu próprio benefício. Coloca-se também o problema do tipo de animal usado e do uso de espécies em vias de extinsão.
  • Económicos, como uma técnica em desenvolvimento, implíca grandes investimentos.
O xenotranspante necessita de uma grande concentração de forças, das quais se destacam as económicas e científicas. Será necessário muito tempo e estudo para a investigação e para o controlo clínico, como por exemplo: programas de vacinação, prazo de vigilância médica para os pacientes, suas famílias e equipas médicas que directamente estiveram envolvidas.

Só depois dos riscos associados com possíveis transmissões de doenças infecciosas e de difícil tratamento estarem devidamente controladas é que será ético começar a experimentação clínica em seres humanos. Quando isso acontecer, os xenotransplantes só deveriam ser aplicados em pacientes humanos quando os resultados sugerissem que esta operação teria hipóteses razoáveis de ser bem sucedida. Mas será de extrema importância que os doentes dêem o seu consentimento livre e sejam devidamente informados de todo o processo.

É de grande importância o aparecimento de precauções e leis para todo o processo que envolva a transplantação de orgãos de animais para humanos. Sendo assim, é necessário a criação de um corpo competente e conhecedor, que seja independente das equipas de investigação que trabalham com esta técnica. Um exemplo seria a criação de um conselho consultivo para o xenotransplante. Este deveria combinar o conhecimento cientifíco e médico necessário para examinar todos os protocolos que se relacionassem com este assunto.

Além tudo aquilo que já foi mencionado anteriormente, existe aínda outro problema, que é a falta de informação ao público em geral, relativamente a possíveis preconceitos ou medos. Existe por isso uma grande responsabilidade dos investigadores, dos media e de todos aqueles que são responsáveis por informar a sociedade, em dar a conhecer correctamente o problema.

Por todos estas razões, será ainda muito cedo para vermos esta técnica como um meio de salvar as nossas vidas, mas talvez, as dos nossos filhos...


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