INDÍCE


O pensamento de combinar diferentes partes de diferentes espécies não é de todo novo. Há mais de 3.000 anos, lendas gregas já falavam de centauros - criaturas que eram metade homem e metade cavalo - e a quimera, uma combinação de lião, serpente e cabra.

Mas foi só no inicio do seculo 20, em 1905, que um cirugião de origem francesa inseriu tecido de rim de coelho numa criança que sofria de problemas renais - "os resultados imediatos foram excelentes".- disse ele. Contudo a criança morreu duas semanas mais tarde. Durante as duas décadas seguintes vários médicos tentaram transplantar orgãos de diferentes animais, como por exemplo porcos, macacos e carneiros, em vários pacientes. Todas estas cirurgias falharam, por razões que ao longo do tempo a ciência foi construindo como se de um puzzle se tratasse.

Durante a década de 1960, médicos investigadores continuaram a investigar a razão pela qual o transplante entre diferentes espécies falhava tão rapidamente. Eles descobriram que a causa principal é o sistema imunitário dos receptores que rejeitava o tecido doado, ou seja, os anticorpos do receptor que reagem contra as infecções reagem também contra os orgãos ou tecidos transplantados. A rejeição do tecido estranho, a qual começa minutos ou algumas horas após a cirurgia, destrói os capilares dos orgãos transplantados, provocando hemorragias. Apesar disto representar uma barreira para os xenotransplantes, recentes descobertas indicam que os ciêntistas estão bem encaminhados para ultrapassá-la.

Em 1992 David J. G. White e alguns dos seus colegas da Universidades de Cambrigde envolveram-se na criação de porcos trangénicos, introduzindo nos embriões dos porcos um géne humano específico. Com isto tentaram que as respostas imunológicas ao transplante não fossem tão intensas. White e os seus colegas aínda não testaram como o tecido desses porcos se comportará no hospedeiro humano, mas já o fizeram nos macacos onde esses orgãos geneticamente modificados têm funcionado bem por um período de dois meses.

Outra maneira de evitar a rejeição, será alterar o sistema imunitário do receptor de forma a ele não poder destruir o tecido transplantado.

O processo de xenotransplante continua em constante desenvolvimento e ainda tem um longo caminho a percorrer até atingir resultados satisfatórios.


Introdução |Evolução |Problemas clínicos |Problemas financeiros |Problemas éticos |Conclusão |Bibliografia