INTRODUÇÃO


Xenotransplante é a denominação dada ao transplante de orgãos entre diferentes espécies. A barreira que define a espécie vai até onde a reprodução é possível. Por exemplo, um cão e um porco não podem acasalar e dar origem, com sucesso, a descendentes. Como tal, eles pertencem a diferentes espécies. O transplante de um para o outro é denominado de xenotransplante.

Ao transplante entre dois membros, embora geneticamente distintos, pertencentes à mesma espécie chama-se alotransplante. Nos humanos o alotransplante apresenta um papel clínico muito importante, principalmente envolvendo orgãos como rins, coração, medula ossea e figado. Os alotransplantes trouxeram benefícios significativos aos doentes quer pelo aumento da esperança de vida, quer pelo melhoramento da mesma. Na verdade, o sucesso foi tal que provocou um fosso entre a procura da transplantação e a escassez de orgãos e tecidos humanos. Então muitas iniciativas do tipo: campanhas publicitárias, implementação de protocolos nos hospitais, programas de formação para o público e profissionais foram implantadas com a intenção de diminuir esse fosso. Mas isto, não foi suficiente para aumentar o numero de doadores. Pois, à medida que o sucesso dos programas ia aumentando, maior era a procura.

Nos Estados Unidos, em 1994, 18.720 transplantes foram realizados. Em 24 de Janeiro de 1996, a lista de espera para o transplante de orgãos continha 44.010 registos dos quais 31,051 deles era para o transplante de rins. Obviamente essa disponibilidade não existia havendo pouco mais do que 20.000 orgãos. Infelizmente, todos nós sabemos que a procura de transplantes está constantemente a aumentar, e a oferta a diminuir, sendo o período médio de espera por determinados orgãos de alguns anos. Assim, existe um grande interesse em descobrir caminhos alternativos para satisfazer a escassez de orgãos.

Aparelhos mecânicos como corações a baterias fizeram grandes avanços nos últimos anos e é esperado que desenvolvam ainda mais no futuro. No entanto, estes aparelhos são propensos a problemas associados a altos riscos de infecção e coagulação de sangue, sendo também considerados incapazes de substituir alguns orgãos humanos como o fígado que tem funções bioquímicas complexas. As técnicas de engenharia de tecidos, onde células vivas são usadas para produzir orgãos e tecidos substitutos, são muito promissoras, mas encontram-se numa fase muito precoce de desenvolvimento. A pele pode hoje ser substituida por esses métodos, mas o desenvolvimento de válvulas de coração e de orgãos funcionais por bioengenharia, é algo muito longínquo.

O xenotransplante é uma opção alternativa para reduzir a escassez de orgãos e tecidos humanos. Contudo o xenotransplante trouxe muitos problemas éticos, clínicos e legais.


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