O domínio da botânica vive da catalogação de espécimes. Desde a invenção da taxonomia de Lineu (Carl Linnaeus) que este modelo tem sido usado como o principal meio de classificação dos seres vivos. Este método permite estruturar as classificações produzidas, tornando-as reconhecíveis em todo o mundo.

Esta classificação taxonómica é a pedra basilar sobre a qual as bases de dados botânicas actuais estão assentes. Os seus registos são organizados com recurso a esta estrutura, e as bases de dados são interrogadas utilizando valores textuais.

A tendência actual dos sistemas de informação ligados à botânica é no sentido da utilização de outro tipo de informação: a informação geo-referenciada. Existem cada vez mais esforços no sentido de deduzir informação geo-referenciada a partir de registos botânicos já existentes que são, geralmente, recolhidos a partir de catálogos históricos de espécimes botânicos. Com o crescimento do interesse neste tipo de informação espacial, surge a necessidade de utilizar mecanismos de interrogação também orientados a esse tipo de informação. Este tipo de interrogações chamam-se interrogações espaciais.

As soluções actuais permitem aos seus utilizadores a pesquisa de espécimes com recurso a pesquisa livre em texto; esse texto poderá conter pontos de referência que ajudam a localizar os espécimes pretendidos. No entanto, acreditamos que existe uma abordagem diferente. O que se propõe é a concepção de um sistema capaz de realizar consultas muito mais completas, complexas e precisas; este sistema tem que ser flexível, aberto e eficiente, pois é especializado em dados geo-espaciais.

O objectivo principal deste repositório de informação botânica é proporcionar serviços de interrogação espacial a outros sistemas, em troca da colecção de dados de espécimes botânicos. Para atingir esse objectivo, a inserção de informação por parte dos utilizadores é aberta e simples. O processo de interrogação dos dados no repositório é também muito flexível e ao mesmo tempo poderoso, pautando-se pela ausência de restrições ao nível das tecnologias envolvidas. Isto permitirá aos futuros clientes do sistema abstraírem-se dos detalhes de implementação da base de dados espacial que serve de suporte ao sistema e ao mesmo tempo manter os seus sistemas actuais quase intactos.

Alem disto, a troca de informação é da maior importância neste sistema, que deverá trocar informação, utilizando para isso as representações de informação "standard" do domínio.

A oferta destes serviços geo-botânicos transformará este repositório num centro de troca de informação botânica, ligando todas estas bases de dados. Também suportará outras aplicações, ajudando a descobrir padrões de propagação de espécies ou do seu crescimento, por exemplo. Estas funcionalidades tornam-se particularmente interessantes para utilizadores que desejam combinar esta informação com outra informação geo-referenciada. Para demonstrar a utilidade deste repositório num cenário real, foi desenvolvido um protótipo de aplicação cliente para um parque botânico. O FEUP Park, como foi chamado, suporta as operações mais comuns de um parque botânico, utilizando para isso as capacidades de interrogação geoespacial do repositório.

 
Topo