Óleos Usados e Co-incineração

Nota de Imprensa

Numa notícia* referente a uma queixa por parte da Comissão Europeia por Portugal não ter dado prioridade à reciclagem de lubrificantes para veículos e motores, são referidas algumas declarações do Sr. Secretário de Estado do Ambiente segundo as quais, a falta de um sistema adequado para a reciclagem de óleos se deveria à opção pela co-incineração.

Tratando-se de uma interpretação sem fundamento, cumpre à CCI esclarecer o seguinte:

1 - Desde o seu primeiro relatório a CCI vem defendendo que só deveriam ir para co-incineração as fracções de óleos lubrificantes bastante contaminadas que não podem ser re-refinadas. Não há portanto qualquer exclusão da reciclagem, mas pelo contrário esta está explicitamente referida.

2 - No procedimento preconizado pela CCI para a co-incineração previa-se uma apreciação pela Comissão, caso a caso, dos contratos de tratamento dos resíduos, justamente para evitar o uso indescriminado da co-incineração.

3 - Após re-refinação restam sempre produtos não recuperáveis, que têm de ser encaminhadas para um destino final, como a co-incineração.

Assim, a implementação da co-incineração, ao contrário do que é sugerido na notícia, não constitui qualquer obstáculo à reciclagem dos óleos usados.

Aveiro, 24 de Julho de 2002
A CCI


*Notícia divulgada no Diário Digital

UE apresenta queixa contra Portugal devido a não reciclagem de óleos

A Comissão Europeia apresentou uma queixa contra Portugal por o País não ter dado prioridade à reciclagem de lubrificantes para veículos e motores. O secretário de Estado do Ambiente considera que a culpa é do anterior Governo, já que este optou por dar prioridade à co-incineração, mas prometeu que o actual Executivo vai planear um sistema de regeneração para começar a funcionar.

«Quando formos notificados pelo Tribunal Europeu, já teremos um sistema de regeneração planeado para começar a funcionar», disse José Eduardo Martins em declarações à rádio TSF.
O secretário de Estado do Ambiente informa que a reciclagem dos óleos de veículos e motores é uma aposta deste Governo. José Eduardo Martins explica os benefícios que daí advém e garante que, segundo cálculos, daqui a uma ano o óleo reciclado já estará à venda.

«Esse óleo lubrificante que se usa no motor do carro tem, infelizmente, usos muito inadequados. Mesmo depois de usado, o óleo é um combustível, tem um poder calorífero muito forte e, por isso, os óleos dissolventes eram os primeiros resíduos a interessar às cimenteiras no esquema de co-incineração», explicou.

«Ora, o que nós queremos é que esses óleos não sejam queimados, porque a maioria deles têm condições que permitem, desde que sejam refinados, limpos, misturados com óleo novo, em cada três litros de óleo velho fazer dois litros de óleo novo», diz ainda o secretário de Estado do Ambiente.

Se «não tivesse essa utilização tão nobre, não deixa de ser útil, por exemplo, para fazer massa de vidraceiro, para motores industriais, para toda uma série de utilizações menos nobres. O bom caminho ambiental não é queimar esse óleo, mas regenerá-lo para que possa ser utilizado outra vez», concluiu.

24-07-2002 8:18:34


*Notícia divulgada na TSF Online

RECICLAGEM ÓLEOS
Bruxelas apresenta queixa contra Portugal
Portugal é alvo de uma queixa por parte da Comissão Europeia, por não ter dado prioridade à reciclagem de lubrificantes para veículos e motores. O secretário de Estado do Ambiente aceita a acusação e passa as culpas para o Executivo anterior.

A culpa, segundo o secretário de Estado do Ambiente, é do Governo anterior. José Eduardo Martins passa a «batata quente» ao anterior Executivo, pois diz que esse optou por dar prioridade à co-incineração. Porém, a preocupação não é muita, já que o secretário de Estado está confiante que o cenário vai mudar.

«Quando se diz a Bruxelas que se quer fazer co-incineração e não há outras soluções de regeneração, é natural Bruxelas iniciar este processo contencioso comunitário. Quando formos notificados pelo Tribunal Europeu, já teremos um sistema de regeneração planeado para começar a funcionar», frisa à TSF.

Assim, quando Portugal já tiver a funcionar uma unidade de regeneração de óleos, «rapidamente Bruxelas vai chegar à conclusão que a mudança de orientação política do XIV para o XV Governo faz cair o sentido da queixa que foi apresentada», argumentou José Eduardo Martins.

O secretário de Estado do Ambiente informa que a reciclagem dos óleos de veículos e motores é uma aposta deste Governo. José Eduardo Martins explica os benefícios que daí advém e garante que, segundo cálculos, daqui a uma ano o óleo reciclado já estará à venda.

«Esse óleo lubrificante que se usa no motor do carro tem, infelizmente, usos muito inadequados. Mesmo depois de usado, o óleo é um combustível, tem um poder calorífero muito forte e, por isso, os óleos dissolventes eram os primeiros resíduos a interessar às cimenteiras no esquema de co-incineração», explicou.

«Ora, o que nós queremos é que esses óleos não sejam queimados, porque a maioria deles têm condições que permitem, desde que sejam refinados, limpos, misturados com óleo novo, em cada três litros de óleo velho fazer dois litros de óleo novo», prossegue com a explicação.

Se «não tivesse essa utilização tão nobre, não deixa de ser útil, por exemplo, para fazer massa de vidraceiro, para motores industriais, para toda uma série de utilizações menos nobres. O bom caminho ambiental não é queimar esse óleo, mas regenerá-lo para que possa ser utilizado outra vez», concluiu.

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24 de Julho 02