Legislação Americana

 

O tratamento de resíduos industriais em cimenteiras é uma prática corrente desta industria no que diz respeito a escórias, cinzas de pirite e outros resíduos minerais que são usados como matéria prima para o fabrico do clinquer.

Nos EUA em que muitas cimenteiras trabalhavam usando o processo de via húmida, as dificuldades económicas face ao processo de via seca, que consome menos combustível, levaram á progressiva utilização de combustíveis baratos e depois à utilização de resíduos orgânicos com valor energético.

Em muitos casos usou-se o mesmo processo que era aplicado para as cargas inorgânicas, isto é misturavam-se os resíduos com a pedra. Em consequência como os gases quentes caminham em sentido contrário ao da carga, as substancias voláteis vaporizava-se antes de atingir a zona de alta temperatura do forno, saindo para a atmosfera.

Mesmo quando queimados na zona de alta temperatura o facto de os resíduos serem substâncias em muitos casos pouco homogéneas originava uma certa instabilidade do sistema de queima, mais uma vez originando uma combustão incompleta. Em resultado destas práticas as emissões gasosas destas fábricas apresentavam normalmente valores mais elevados para os produtos orgânicos (VOC) e para os teores em dioxinas e furanos.

Esta situação, particularmente grave nos anos oitenta originou numerosos movimentos de contestação à co-incineração em cimenteiras, assumindo a Agência Americana do Ambiente (EPA) uma posição particularmente activa ao divulgar numerosos relatórios em que se evidenciavam os perigos da co-incineração feita sem as necessárias adaptações tecnológicas. Estes antigos relatórios têm sido o principal suporte de muitas declarações publicas dos detractores da co-incineração que utilizam informação desactualizada.

Só depois das indústrias terem criado unidades de preparação de combustíveis alternativos, em que os resíduos são triturados, calibrados e misturados a partir de lotes com características homogéneas para permitirem fornecer um produto bastante homogéneo que possibilite uma combustão estável, foi possível garantir uma correcta operação de co-incineração.

Depois de um grande número de trabalho de investigação e ensaio a Agência Americana conclui que a co-incineração em cimenteiras desde que efectuada em condições adequadas pode ser uma forma ambientalmente recomendável de tratar e valorizar resíduos, com economia de combustíveis fósseis. As conclusões desses trabalhos encontram-se a seguir transcritas no relatório técnico, (Final Technical Support Document for HWC MACT Standards), e acabaram por ser introduzidas na própria lei, (Federal Register), onde explicitamente se reconhece que a formação de dioxinas não está dependente da carga ser constituída por resíduos ou por combustíveis tradicionais visto que em qualquer dos casos as dioxinas serão formadas eventualmente á saída dos gases, o que depende apenas das características do forno.

 

Final Technical Support Document for HWC MACT Standards

Volume III: Selection of MACT Standards and Technologies

página 3-21

"...The PCDD/PCDF data from hazardous waste burning and "baseline" non-hazardous waste burning cement kilns are pooled because there is no consistent effect of hazardous waste fuels compared with conventional fuels (typically coal) on PCDD/PCDF emissions. PCDD/PCDF emissions data from fourteen kilns with and without HW firing are available. No consistent trend is shown in Chapter 12, Figure 12-2. For seven of the kilns, the baseline levels are about the same as those with hazardous wastes. For five of the kilns, emissions with hazardous waste are 3 to 30 times higher than baseline. For two of the comparisons, baseline emissions are significantly higher than those with hazardous wastes. It has been argued that PCDD/PCDF emissions with hazardous waste are higher than baseline coal-only due to typically elevated chlorine levels in hazardous wastes (particularly when chlorine spiking is performed in the CoC test burns).

However, recent comprehensive testing has shown that, in cement kilns, the chlorine feedrate has no significant effect on PCDD/PCDF emissions (EER, 1995). Other factors are more important."

 

FEDERAL REGISTER, Vol 64, Nš 189, 1999

Part II Environmental Protection Agency

40 CFR Part 60, et al.

NESHAPS: Final Standards for Hazardous Air Pollutants for Hazardous Waste Combustors; Final Rule

página 52876

"...we considered both hazardous waste burning cement kiln and nonhazardous waste burning cement kiln data together because both data sets are adequately representative of general dioxin/furan behavior and control in either type of kiln. This similarity is based on our engineering judgement that hazardous waste burning does not have an impact on dioxin/furan formation, dioxin/furan is formed post-combustion."