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Although, unfortunately I don't write good poetry I am starting this new section on my homepage...
O que te Posso Dar (J. Alves dos Reis)
Deu-te a magnólia o tropical perfume, O oiro ao teu cabelo deu-lhe a cor, E o astro-rei com todo o seu fulgor Não tem, como os teus olhos, tanto lume.
Deu-te a pureza o passarinho implume, Um anjo sideral deu-te o pudor, E nem um alvorada tal frescor No cristalino orvalho em si resume.
Ofélia deu-te a edénica expressão, O íman deu-te a mística atracção, E a alma, excelsa e pura, deu-te o céu…
Uma coisa, porém, em ti não sentes; Mas como sobra em mim, se tu consentes, O amor – que não possuis – cedo-te eu…
Amor Sem Tempo (M. J. Alves dos Reis)
Quisera a minha voz entrar nas artérias do teu corpo. Quisera ver a minha dor vencida pelas cores do teu rosto e roçar as pedras da calçada na nudez do prazer. Quisera, meu amor, falar de ti a quem não sabe ouvir-me e dar a minha intimidade ao gesto de te ver. Quisera pendurar os meus pedaços na gruta do futuro deste amor sem tempo. Quisera acreditar que me acreditas quando num beijo te dou tudo em silêncio.
Magic Green Eyes
Behind those magic green eyes Lies a person who no longer tries. Tries not to love, tries not to laugh But is more than ready to cross my path.
She is hold on to known truth so tight That cannot let go to see the light. The light of a world ever carefree Wonder if that world for her lies within me...
As time passes, more barriers are built But harder and deeper I forget my guilt. And maybe someday I could be so bold As to find and resurrect her lost heart of gold... You are My Mirror I look at myself through the mirror of you, I feel myself changing within your view, Single sighted turned vision of two, Nothing else matters but my love for you...
Dá-me a Tua Nudez
Dá-me hoje a tua nudez, A tua nudez faminta, A tua nudez húmida e rasgada, Marcada por entre veias e carnes, Nos pactos esquecidos, De todos e outras juras, Destrancada de almas e corpos, Nos sonhos destruídos, Dos meus e dos teus Desejos...
Insónia
Perdido nos teus sonhos,
Felicidade Perdida no Tempo
Na universidade da vida Muitas coisas aprendemos: Aprendemos a gostar, Aprendemos a aprender, Aprendemos a sonhar, Aprendemos até a sorrir Mas não aprendemos a amar! Mas sorrir apenas por fora Não nos leva a lugar algum. É preciso deixar que a alma Se erga num momento Que possa trazer a felicidade, Por fora, mas também por dentro! Não nos podemos acomodar A sempre da vida nos lamentarmos, E deixar a vida passar. E a vida passa ... E como ela passa ... E quando percebemos Perdemos o momento Perdemos anos em pensamentos vãos. E neste redemoinho de ideias, O tempo corre apressado. E se nos distraímos um segundo, Já é tempo passado. E ao querermos recuperar Um tempo que não soubemos aproveitar Percebemos que tentar é inútil, Que o tempo não volta atrás. E assim guardamos aquele sorriso Aquele que nos fez crer na paixão Guardamos também o rosto, a respiração O cheiro e o toque meigo das mãos E assim, com um sorriso no rosto E os olhos sempre a brilhar, Mudemos e passemos nós pela vida E não deixemos, ela por nós passar.
I Am the Escaped
One (Fernando Pessoa) É talvez o
último dia da minha vida (Alberto Caeiro)
O Poeta é um Fingidor - Autopsicografia (Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor. Finge tão
completamente
E os que lêem o que
escreve,
E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
Tabacaria (Álvaro de Campos)
Não sou nada.
Nada mais que um mero instante, um olhar perdido que se deixa capturar... Alguém que nos olha, a nós, e não ao resto da imensa e homogénea multidão que passa. Sim! É para nós que olha! Agora tenho a certeza! É a nós que observa! A nós! Conjunto corpo e alma! Ao nós, singular no meu ser! Choro com a Chuva Eu olho para o céu, Vejo nuvens, brancas como espuma. Eu sinto o vento, O sol forte que me aquece. Eu olho para um azul sem fim, E então eu te procuro... Mas estou sozinho... Grito ao vento, ao sol, ao céu Quero-te para mim! O universo transforma-se E sinto a chuva fina tocar o meu rosto, Sinto como se chorasse, Um sol forte com chuva fina Que me faz chorar. O vento que me tenta derrubar, Mas tu disseste-me, um dia Que o vento era um bom sinal. Então anda para perto de mim, O céu é grande demais para uma só pessoa. Divide comigo este universo, Sinto que podemos voar juntos. Mas tu não me respondes, Tens medo da tempestade. Então mais uma vez, Eu olho para o céu E choro sozinho, Com as gotas de uma chuva fina, Namorando um sol forte. Amar (Florbela Espanca) Amar Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... alem... Mais Este e Aquele, e Outro e toda a gente... Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada dia: É preciso canta-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi p'ra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... p'ra me encontrar... Amor é um Fogo que Arde Sem se Ver (Camões) Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Alma Minha Gentil, que te Partiste (Camões) Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente, e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou.
Cinco Anos (Manuela Rocha)
Quando tudo começou, Com um silêncio, um olhar, Início em que ninguém apostou, Mas nós soubemos aproveitar!
Partilhamos bons momentos! Quem poderia desperdiçar? Não escondemos sentimentos! Todos os podem cobiçar!
Cinco anos juntos passamos, Com muito para contar! No futuro que alcançamos, Há que saber continuar!
O curso agora terminamos, Finalmente a estudar! Muito pouco nos esforçamos, Mas tu conseguiste brilhar!
Laços de Paixão
Tempo de amor e amizade, Vivido cada instante, Com o fulgor e a verdade, De uma juventude errante!
Lugar de imensos recantos, Cada qual com sua história! Ficarão para sempre tantos, Quantos couberem na memória!
Caminhada também dura, Para o sonho a alcançar E na vida, de forma pura, Esta página virar!
Passado está o suplício E as dificuldades vividas, Eis que chegamos ao início, Do resto de nossas vidas!
Na encruzilhada da vida, O passado é recordação De uma esperança cumprida, Bem dentro do coração!
Com o curso acabado, Cinco anos de recordação E o destino entrelaçado Por laços de imensa paixão! |
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[Luis
Paulo Reis].
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