Ana Isabel Correia, Sérgio Nunes

Neste artigo, os autores descrevem um cenário futurista onde agentes autónomos utilizam a Web Semântica (WS) para desempenhar tarefas a pedido dos utilizadores.

A WS é apresentada como uma extensão da Web actual que visa permitir expressar a informação num formato que as máquinas possam processar. A ideia consiste em desenvolver tecnologias que permitam às máquinas tirar mais partido da Web, com o objectivo de tornar a Web mais útil para os humanos.

Na base deste conceito estão 2 tecnologias em fase avançada de desenvolvimento: a XML para estruturação de dados, e a RDF para exprimir significado. Com recurso a sistemas periciais e um mecanismo de ontologias, os agentes podem "perceber" e processar a informação existente.


As ideias e conceitos avançados neste artigo parecem-nos muito promissoras e viáveis a curto prazo, pelo menos no que diz respeito a informações simples (por exemplo: cotações, contactos, etc).

Apesar do XML ser alvo de um consenso e apoio generalizado, o mesmo não acontece com as outras tecnologias apresentadas, nomeadamente a RDF. Achamos que o sucesso desta arquitectura esta muito dependente da aceitação destas ideias por parte da indústria. Veja-se, a título de exemplo, o caso dos browsers e das guerras travadas entre a Microsoft e a Netscape, que ainda dificultam muito a generalização das normas definidas pelo W3C. Se compararmos os intuitos originais de Berners-Lee ao criar a linguagem HTML com o que na realidade aconteceu, temos uma boa percepção do poder dos grandes fabricantes no que respeita à definição de normas.

Outro aspecto que nos parece importante para a difusão e popularização destas ideias é a necessidade em especificar mais em detalhe a aplicação prática destas noções. Por exemplo, disponibilizar casos práticos em funcionamento.

Referências

Berners-Lee T., Hendler J., Lassila O. - The Semantic Web. Scientific American (Maio 2001).