Evoluir as Infraestruturas de Comunicações e manter a Neutralidade da Rede?

10 de julho, 18h, Sala de Atos
Moderação: Ana Aguiar, Professora Auxiliar da FEUP e Investigadora do IT
Convidados: Rui Aguiar, Professor Catedrático da Universidade de Aveiro (UA), José Legatheaux Martins, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT)

O aparecimento e a adoção de aplicações que produzem um elevado volume de dados provoca uma necessidade de evoluir rapidamente a infraestrutura de conectividade, que se espera que esteja acessível a toda a população e em todo o território. Como financiar esta constante evolução na escala geográfica e velocidades esperadas?
Existe uma proposta controversa para a partilha de custos entre operadores de telecomunicações e as grandes empresas de conteúdos e infraestruturas de computação, que produzem a maior parte do tráfego. Esta proposta é controversa por alterar profundamente o modo como operadores e produtores de conteúdos se relacionam, e poder ter resultados indesejados e inesperados. Que possibilidades, conhecimento e experiência há?  Que políticas públicas, de estímulo e regulação, são necessárias?

Novo Espaço – o papel de Portugal

3 de julho, 18h, Sala de Atos
Moderação: Pedro Camanho – Professor Catedrático da FEUP e Vice-Presidente do INEGI
Convidados: Ricardo Conde – Presidente da Agência Espacial Portuguesa, Francisco Vilhena da Cunha – CEO da Geosat

As várias atividades relacionadas com o Espaço têm vindo a ser reconhecidas como parte de uma infraestrutura nacional crítica, à qual está associado um elevado potencial económico, assim como a salvaguarda da autonomia estratégica e a contribuição para a defesa e segurança nacional. O setor das novas indústrias do espaço, conhecido como ‘new space’, onde novos intervenientes e modelos de negócio estão a ser explorados, reveste-se de uma grande importância para cumprir os objetivos traçados na estratégia Portugal Espaço 2030, aprovada em 2018. Após 5 anos, uma pandemia global, uma guerra na Europa e uma crise climática que se agudiza, torna-se necessário refletir sobre os novos desafios que a engenharia enfrenta na dinamização do setor do novo espaço e na correspondente diversificação da economia portuguesa, tirando partido do posicionamento atlântico de Portugal.

A soberania tecnológica da União Europeia e a reindustrialização da economia portuguesa.

26 de junho, 18h, Sala de Atos
Moderação: José Manuel Mendonça – Professor Emérito da UP
Convidados: Fernando Alexandre – Professor da Universidade do Minho, Vítor Neves – Presidente da AIMMAP

A reindustrialização, a soberania tecnológica e o protecionismo emergem como mega-tendências que marcam o atual cenário geopolítico. Iniciativas como o European Chips Act, na Europa, e o CHIPS and Science Act e o Inflaction Reduction Act, nos EUA, esta última bem para além da área crítica dos semicondutores, assim como muitas outras lançadas por vários países europeus ao abrigo dos seus PRRs, são uma das faces mais visíveis da política pública. Numa altura em que já se pede um fundo europeu de apoio à reindustrialização, é pertinente discutir os desafios de uma economia e uma indústria portuguesa que se pretendem competitivas e sustentáveis. Depois de ultrapassar os 50% do PIB em exportações, assegurando uma balança tecnológica muito positiva, qual deverá ser a nossa ambição?

Bioindústria e biotecnologia, que futuro?

19 de junho de 2023
Moderação: Nuno Azevedo – Professor Associado da FEUP
Convidados: Madalena Alves – Presidente da FCT e Simão Soares – Presidente da Associação Portuguesa de Bioindústria e CEO da SilicoLife

Durante as últimas décadas o país fez um esforço assinalável na criação de ciclos de estudos no ensino superior relacionados com as áreas da bioengenharia e biotecnologia. No entanto, a bioindústria em Portugal continua a estar muito aquém do seu potencial.

Esta sessão irá discutir as razões associadas a esta situação e tentar apontar algumas soluções para a reverter: Como rentabilizar a mão de obra altamente qualificada nestes domínios? É possível as instituições do ensino superior terem um papel ainda mais relevante nesta área? Como envolver as indústrias mais tradicionais já existentes (alimentação, farmacêutica, ambiental)? E quais as políticas públicas que devem ser seguidas?

As grandes infraestruturas de investigação

12 de junho, 18h, Sala de Atos
Moderação: Paulo Garcia – Diretor do Departamento de Engenharia Física e Delegado Português ao Conselho do ESO
Convidados: José Antão – Industrial Liaison Officer (CERN, ESRF e ITER) na Agência Nacional de Inovação, Luís Oliveira e Silva – Professor Catedrático do IST e Visiting Professor na Universidade de Oxford, Mário Pimenta – Professor Catedrático do IST e Delegado Português ao Conselho do CERN

As grandes infraestruturas de investigação são, dada a sua escala, internacionais. Portugal é membro de várias destas infraestruturas com destaque para: a) CERN – European Organization for Nuclear Research; b) Fusion For Energy (responsável pela participação Europeia no ITER); c) ESA – European Space Agency. Por outro lado, a Comissão Europeia tem dedicado grande atenção a esta temática através do ESFRI – European Strategy Forum on Research Infrastructures – que desenvolve um roadmap de investimentos.

Estas organizações são no seu conjunto um mercado importante para as empresas portuguesas, locais de formação avançada para engenheiros e cientistas portugueses, assim como empregadores de portugueses na diáspora. Este seminário tem como objetivo discutir políticas públicas que maximizem o retorno para Portugal da sua participação nestas organizações nas suas várias valências: a) colaboração e partilha de conhecimento; b) educação e desenvolvimento de competências; c) alinhamento de políticas e coordenação; d) retorno industrial e transferência de tecnologia; e) cultura científica; f) acesso aberto e partilha de dados; g) avaliação de retorno e impacto.

O Impacto da Inteligência Artificial nas Políticas Públicas: Desafios e Oportunidades para a Engenharia

5 de junho, 18h, Sala de Atos
Moderação: Luís Paulo Reis – Diretor do LIACC/FEUP e Presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial
Convidados: Paulo Novais – Diretor do LASI/U.Minho, Alípio Jorge – Diretor do LIAAD/INESC TEC e Diretor do DCC/FCUP

Este seminário explora a interseção emergente entre a Inteligência Artificial (IA), Engenharia e Políticas Públicas. O impacto da IA na sociedade é inegável, estando já a alterar significativamente a maneira como vivemos e trabalhamos. No entanto, essa transformação tecnológica traz consigo oportunidades e desafios muito relevantes para as políticas públicas e que necessitam de discussão alargada.

O seminário irá abordar as várias maneiras pelas quais a IA está a reformular a engenharia e a necessidade urgente de políticas públicas bem fundamentadas e definidas para orientar essa evolução estratégica. Desde a IA na saúde, na administração pública, na ciência e na educação até as implicações éticas, de privacidade e de segurança, o seminário irá discutir o papel da IA em diversos setores e como a engenharia e as políticas públicas podem trabalhar em conjunto para maximizar seus benefícios e minimizar riscos potenciais de uma tecnologia tão disruptiva.

Os tópicos específicos a serem discutidos incluem:

– O papel da IA na engenharia moderna e como ela está a redefinir vários campos da engenharia;

– O impacto da IA nas políticas públicas e a necessidade de regulamentação, mas uma regulamentação aconselhada por especialistas em IA;

– Os desafios éticos, de privacidade e de segurança, apresentados pela IA e como eles podem ser abordados através de políticas públicas robustas;

– As oportunidades que a IA oferece para a engenharia e como podemos aproveitar essas oportunidades para o benefício da sociedade, das empresas e da administração pública.

O seminário pretende proporcionar uma visão muito abrangente das implicações da IA para a engenharia e políticas públicas através de um diálogo aberto, com especialistas de topo na área, sobre as oportunidades e desafios que a IA apresenta.

Ordenamento das Zonas Costeiras

29 de maio de 2023
Moderação: Fernando Veloso Gomes (Professor Catedrático Jubilado FEUP)
Convidados: Ana Barroco (Administradora Quaternaire Portugal), Carlos Coelho (Professor na Universidade de Aveiro) e Fátima Alves (Ex-Presidente dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz)

O ordenamento e a gestão de sistemas costeiros, como sistemas de interface atmosfera/mar/terra, muito dinâmicos e complexos por natureza, intensamente povoados, polarizadores de relevantes atividades económicas e com valores naturais muito ricos e diversificados, exigem políticas públicas específicas e responsáveis.

As Estratégias, os Programas e as Medidas necessitam de ser adaptativos, tendo em consideração a variabilidade natural, as ações antropogénicas e as alterações climáticas. A proteção e valorização de valores naturais e edificados, a previsão e gestão de riscos e o apoio a atividades económicas sustentáveis ancoradas em infraestruturas vitais (como por exemplo os portos) constituem objetivos cruciais a médio e longo prazo. Os Programas da Orla Costeira (POC) em vigor merecem uma reflexão.

Habitação: O contributo imprescindível dos Engenheiros

22 de maio de 2023
Moderação: Vasco Peixoto de Freitas – Professor Catedrático da FEUP
Oradores: Fernando de Almeida Santos – Bastonário da Ordem dos Engenheiros, António Carlos Rodrigues – CEO da CASAIS

A habitação constitui um dos desafios da próxima década, tendo em atenção o custo da habitação, o rendimento das famílias e a ausência de um mercado ativo de arrendamento e de uma promoção imobiliária suficientemente forte. A sociedade portuguesa tem de procurar delinear uma estratégia, a médio prazo, em que o contributo da engenharia é absolutamente essencial, bem com é imprescindível a definição de Políticas Públicas, num quadro de estabilidade. De entre as múltiplas vertentes deste complexo problema duas políticas públicas merecem especial atenção: i) o processo de licenciamento e a necessidade de simplificação, uniformização e celeridade, associados ao necessário rigor, qualidade e responsabilidade dos engenheiros envolvidos e valorização dessa atividade; ii) o impacto dos custos associados às taxas e impostos e a todos os procedimentos condicionadores do processo produtivo que influenciam o preço final da habitação.

Nesta sessão serão abordadas as preocupações do modelo atual e a importância de políticas públicas visando acelerar o processo de licenciamento, bem como a proposta de estratégias inovadores para dar resposta às necessidades de habitação.

Comunidades de Energia: Engenharia e Políticas Públicas ao serviço da inovação social

15 de maio de 2023
Moderação: Cláudio Monteiro – Professor Auxiliar da FEUP
Oradores: Andreia Carreiro – Diretora de Inovação Estratégica da Cleanwatts, Manuel Casquiço – Diretor de Indústria e Transição Energética na ADENE, José Villar – Investigador Sénior no INESC TEC

As Comunidades de Energia representam um novo paradigma de organização dos sistemas elétricos, incluindo soluções de produção renovável, armazenamento e partilha de energia, envolvendo os recursos dos próprios cidadão. Esta é uma forma de inovação social, nos serviços de energia.
Este novo paradigma implica mudanças significativas na engenharia, na gestão técnica da rede elétrica, nos equipamentos e na gestão da informação. Tem implicações profundas nos modelos de negócio e nas relações comerciais entre os consumidores e as empresas do setor. Estas mudança requerem ousadas ações de políticas públicas suportadas por soluções de engenharia inovadoras.
Neste seminário, teremos especialistas sobre as Comunidades de Energia e também sobre a preparação de legislação e regulamentação para este novo paradigma. Discutiremos de que forma a Engenharia é importante para a definição de um quadro legislativo transformador para os sistemas elétricos e para o consumidor de eletricidade.

A expansão da capacidade aeroportuária em Lisboa – um aeroporto ou um sistema dual?

8 de maio de 2023
Moderação: Álvaro Costa (Professor Associado da FEUP)
Oradores: Bento Aires (Presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte), Carlos Brazão (Promotor do projeto de aeroporto em Santarém)

Tem mesmo de se expandir a capacidade aeroportuária? O que se espera da evolução da procura? Com uma TAP sem 3,2 mil milhões do contribuinte seria necessário novo aeroporto? E se a privatização da TAP fizer desaparecer o hub em Lisboa? Continua a ser necessário novo aeroporto?
O que está em questão nas duas opções? Qual a diferença de custo e a diferença de serviço?

As Pessoas e os ”Bots”: como será a nossa vida em sociedade com a inteligência artificial?

17 de abril de 2023
Moderação: João Barros, CPO da Nexar e Professor Catedrático da FEUP
Oradores: Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Verónica Orvalho, CEO da Didimo e Professora Auxiliar da FCUP

Semáforos que se adaptam ao tráfego segundo a segundo, autocarros com condução automática, câmaras de segurança com visão computacional, sistemas de ar condicionado auto-geridos, e robots de limpeza das ruas, são apenas alguns exemplos da revolução urbana que o uso alargado da inteligência artificial está já a provocar. Ao mesmo tempo que prometem melhorar a sustentabilidade ambiental e a nossa qualidade de vida, as mudanças da nova era digital levantam também importantes questões aos modelos de negócio e às políticas públicas, desde o impacto nas várias cadeias de valor à responsabilidade legal dos “bots” digitais e a forma como são recolhidas, controladas e processadas quantidades maciças de dados que afectam a vida quotidiana dos cidadãos.

Nesta sessão abordaremos algumas das soluções inovadoras da inteligência artificial quando aplicada aos problemas contemporâneos das nossas cidades, procurando iluminar de que forma é possível garantir a sua adopção responsável, mitigar os riscos inerentes e maximizar o impacto positivo nas vidas de todos nós.

Contributos da Engenharia para a segurança sísmica: Estratégia e ações necessárias

3 de abril de 2023
Moderação: Prof. Xavier Romão (FEUP)
Oradores: Drª. Cláudia Pinto (CM Lisboa), Prof. Carlos Sousa Oliveira (IST)

Os sismos que afetaram a Turquia e a Síria em fevereiro de 2023 trouxeram o tema da segurança sísmica do edificado em Portugal novamente à discussão. A evidência científica de que os sismos são fenómenos recorrentes, o facto de parte do território nacional se situar numa zona de sismicidade moderada, bem como os registos do passado que comprovam a ocorrência de vários sismos com efeitos destruidores em Portugal, salientam a importância deste tema para a nossa sociedade. Além dos impactos imediatos que um futuro sismo de moderada a grande intensidade poderá causar em Portugal, nomeadamente em termos da perda de vidas humanas e dos danos no edificado, importa salientar a dimensão não menos relevante dos impactos que poderão igualmente ocorrer ao longo de vários anos na economia e na estabilidade social, com potenciais consequências severas no desenvolvimento sustentável do país.

Neste contexto, importa discutir questões importantes relacionadas com o nível de segurança sísmica que o edificado deve ter para garantir a segurança da população e a resiliência da sociedade, com o tipo de políticas públicas que devem ser implementadas para garantir esse nível de segurança, desde a prevenção até à preparação das intervenções pós-sismo, e com o papel da engenharia nesses processos, em particular para a minimização dos impactos de um sismo de moderada a grande intensidade. 

Portugal e Espanha, Água e Energia – divergência, convergência ou complementaridade

9 de março de 2023
Moderação: João Pedro Matos Fernandes, Professor Catedrático Convidado
Oradores: Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática (Portugal) e Teresa Ribera, Ministra da Transição Ecológica (Espanha)

Água e energia serão os temas.

Numa crise de energia motivada pela guerra, e numa crise de água de raízes mais profundas e estruturais, esta é a oportunidade para ouvir da boca dos principais responsáveis políticos dos dois países (Portugal e Espanha) o que pensam, o que tem vindo a ser feito e projectado, a forma como têm agido em comum em face da União Europeia.

Portugal e Espanha, parceiros ou concorrentes naqueles que são os setores críticos para economia, a sociedade e o combate à exclusão do presente e da próxima década?

Não perca.