De ascendência germânica, Gustavo Eiffel nasceu a 15 de Dezembro de 1832 em Dijon e em 1850 ingressa em Paris na Ecole Centrale des Arts et Manufactures onde completa o curso de Engenharia Química.mas desde cedo, por influência de um cunhado se dedica à metalurgia e ao novo material que vai usar de modo brilhante como construtor. | ||
| A sua relação com os combóios inicia-se com os primeiros trabalhos que ao fim de pouco tempo o conduzem a um emprego na Companhia dos Caminhos de Ferro do Oeste aonde tem a oportunidade de projectar a sua primeira ponte em Saint-Germain. |
É-lhe depois confiada a construção de uma grande ponte em Bordéus aonde ganha a experiência necessária para se lançar como empreendedor por conta própria. A empresa que funda em 1866 tem na Exposição Universal de Paris de 1867 (A Exposição Universal em que construirá a Torre Eiffel só será em 1889 e Paris ainda acolherá uma outra destas exposições em 1878) a primeira grande obra: a estrutra metálica do Grand Palais. |
Talvez a necessidade de maior disponibilidade de capital leva-o a associar-se na G. Eiffel et C.ie ao rico engenheiro Téophile Seyrig. Mas a sociedade só veio a ganhar verdadeiro impulso quando venceu o concurso para a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Douro no Porto. Tratava-se de um vão até então nunca experimentado e tal foi o desempenho de Eiffel ao construir em menos de 2 anos a Ponte Maria Pia, que o seu nome se tornou imediatamente famoso, vindo a ser-lhe confiados outras obras sempre de grandiosidade ímpar. |
Segue-se o viaduto de Garabit, a estrutura da Estátua da Liberdade que a França ofereceu aos Estados Unidos e a consagração máxima na torre de 300 m de altura, símbolo da Exposição de 1889 que viria a tornar-se o exlibris de Paris com o nome de Torre Eiffel | Tem ainda de fazer-se referência às eclusas do Canal do Panamá, que devido a inúmeras vicissitudes só veio a ser concluido por americanos. A intervenção de Eiffel foi todavia determinante. |
Viveu em Portugal entre 1875 e 1877 para acompanhar a construção da Ponte Maria Pia e outras que construiu na época. Teve casa em Barcelos.
Na fase final da sua vida dedicou-se à meteorologia e à aerodinâmica, publicando importantes estudos neste domínio. |
Gustavo Eiffel morreu em 27 de Dezembro de 1923 com 91 anos |
Além da Ponte Maria Pia, Eiffel projectou e construiu um grande número de pontes e viadutos nas linhas de caminho de ferro que na segunda metade do séclo XIX se construiram por todo o país. |
Sempre considerou a ponte rodo-ferroviária de Viana do Castelo como uma das suas obras primas. Esta ponte é uma das que ainda se encontra em funcionamento e foi recentemente reforçada para melhor adaptação às exigências do tráfego actual. |
A tipologia da grande maioria dessas pontes é idêntica à da Ponte de Canavezes sobre o Tâmega integrada na Linha do Douro, inaugurada em 15 de Setembro de 1878, mas já desmontada e substituida por uma ponte de alvenaria.
Conserva-se o projecto desta "Pont sur le Tamêga de 256,600 d'ouverture" bem como a respectiva memória justificativa. Ao lado uma fotografia da ponte que foi mais tarde substituida por uma ponte de arcos múltiplos de alvenaria. Neste caso trata-se de uma viga contínua de 5 vãos (tramos extremos de 44,8 m e tramos centrais de 56 m) em treliça de perfis compostos de chapa de aço rebitada. As diagonais a 45º nos dois sentidos eram formadas por cantoneiras. |
Neste caso os pilares eram metálicos assentes em plintos de alvenaria. Os dois pilares centrais atingiam a altura de 36 metros (a parte metálica) | Noutros casos os pilares eram de alvenaria. |
24 é o número referido para as pontes projectadas por Eiffel em Portugal, além da Ponte Maria Pia. | Ainda estão em funcionamento a de Viana e eventualmente mais alguma. A de D. Maria está em condições de funcionar. |
Porém, José Coelho dos Santos na sua obra "O Palácio de Cristal e a Arquitectura do Ferro no Porto em meados do séc. XIX" enumera as seguintes:
1876 - Ponte Maria Pia 1877 - sobre o Cávado na Linha do Minho 1878 - sobre o Neiva 1878 - sobre o Lima em Viana do Castelo 1878 - sobre o Âncora 1878 - Vila Meã na Linha do Douro 1878 - sobre o Tâmega em Canavezes 1879 - sobre o Coura em Caminha | Na Linha da Beira Alta entre o Luso e Santa Comba, a empresa de Eiffel construiu entre 1880 e 1881: Ponte das Várzeas Ponte do Milijoso Ponte de Trezol Ponte de Breda Ponte do Criz Ponte do Dão |
Almeida e Sousa refere ainda uma ponte sobre o Tejo e as Pontes de Niza e Castelo de Vide no Ramal de Cáceres.
Para as 24 ainda faltam algumas
Mas não foram as pontes permanentes as únicas
que em Portugal existiram da firma G. Eiffel et Cie. Pelo menos
uma ponte desmontável equipou
as Tropas de Caminhos de Ferro do Exército Português
no final do séc. XIX.
Em Maputo, ex-Lourenço Marques, existe uma casa completamente construida em ferro que a tradição diz ser de Eiffel.
Julgamos que não. No seu livro "Les Constructions Métalliques" de 1894, Gui Le Bris refere um tipo de habitações metálicas construidas pelos Ateliers d'Haumont, Nord pelo chamado système Danly cuja semelhança com a Casa de Ferro é enorme.
Como essas, ou muito parecida, existe uma outra em Poissy, perto de Paris, cuja autoria também não é certa mas, claro, atribui-se também a Eiffel. |
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