Efeito
fotovoltaico:
Os
módulos são compostos de células solares de silício. Elas são semicondutores
de electricidade porque o silício é um material com características
intermédias entre um condutor e um isolante.
O
silício apresenta-se normalmente como areia. Através de métodos adequados obtém-se
o silício em forma pura. O cristal de silício puro não possui electrões
livres e portanto é um mau condutor eléctrico. Para alterar isto
acrescentam-se porcentagens de outros elementos. Este processo denomina-se
dopagem. Mediante a dopagem do silício com o fósforo obtém-se um material com
electrões livres ou material com portadores de carga negativa (silício tipo
N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando Boro ao invés de fósforo,
obtêm-se um material com características inversas, ou seja, défice de electrões
ou material com cargas positivas livres (silício tipo P).
Cada
célula solar compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra com maior
espessura de material tipo P (ver Figura 2).
Separadamente,
ambas as capas são electricamente neutras. Mas ao serem unidas, exactamente na
união P-N, gera-se um campo eléctrico devido aos electrões do silício tipo N
que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P.
Figura 2
Ao
incidir a luz sobre a célula fotovoltaica, os fotões que a integram chocam-se
com os electrões da estrutura do silício dando-lhes energia e transformando-os
em condutores. Devido ao campo eléctrico gerado na união P-N, os electrões são
orientados e fluem da camada "P" para a camada "N".
Por
meio de um condutor externo, liga-se a camada negativa à positiva. Gera-se
assim um fluxo de electrões (corrente eléctrica) na conexão. Enquanto a luz
continua a incidir na célula, o fluxo de electrões manter-se-á. A intensidade
da corrente gerada variará proporcionalmente conforme a intensidade da luz
incidente.
Cada
módulo fotovoltaico é formado por uma determinada quantidade de células
conectadas em série. Como se viu anteriormente, ao unir-se a camada negativa de
uma célula com a positiva da seguinte, os electrões fluem através dos
condutores de uma célula para a outra. Este fluxo repete-se até chegar à última
célula do módulo, da qual fluem para o acumulador ou a bateria. Cada electrão
que abandona o módulo é substituído por outro que regressa do acumulador ou
da bateria. O cabo da interconexão entre módulo e bateria contem o fluxo, de
modo que quando um electrão abandona a última célula do módulo e
encaminha-se para a bateria outro electrão entra na primeira célula a partir
da bateria. É por isso que se considera inesgotável um dispositivo
fotovoltaico. Produz energia eléctrica em resposta à energia luminosa que
entra no mesmo.
Deve-se
esclarecer que uma célula fotovoltaica não pode armazenar energia eléctrica.
Tipos
de células:
Existem três tipos de células, conforme o método de fabricação.
Fabricação
dos módulos fotovoltaicos:
O
módulo fotovoltaico é composto por células individuais conectadas em série.
Este tipo de conexão permite adicionar tensões. A tensão nominal do módulo
será igual ao produto do número de células que o compõem pela tensão de
cada célula (aprox. 0,5 volts). Geralmente produzem-se módulos formados por
30, 32, 33 e 36 células em série, conforme a aplicação requerida.
Procura-se
dar ao módulo rigidez na sua estrutura, isolamento eléctrico e resistência
aos factores climáticos. Por isso, as células conectadas em série são
encapsuladas num plástico elástico (Etilvinilacelato) que faz também o papel
de isolante eléctrico, um vidro temperado com baixo conteúdo de ferro, na face
voltada para o sol, e uma lamina plástica multicamada (Poliéster) na face
posterior. Em alguns casos o vidro é substituído por uma lamina de material plástico
transparente.
O
módulo tem uma moldura composta de alumínio ou poliuretano e caixas de conexões
às quais chegam os terminais positivo e negativoda série de células. Nos
bornes das caixas ligam-se os cabos que ligam por sua vez módulo ao sistema.
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