Anexos

 

Introdução

Definição

Resenha Histórica

Entrevistas

Frederic Chopin, um caso Psicossomático?

Conclusão

Opinião

Créditos e Bibliografia

Apresentação Oral

Síntese

Segundo o autor do livro “Quem ama não adoece”, Dr. Marco Aurélio Dias da Silva: “Que não foi amado de forma adequada e/ou insuficiente, frequentemente não consegue amar. Não amando, será infeliz e o corpo adoecendo, será palco para dar vazão e comunicar aos outros seu sofrimento”. Este pequeno excerto demonstra a importância das influências psicológicas sobre o adoecer somático, ou seja, o corpo é visto como voluntário para aliviar o sofrimento do espírito. Como exemplos, a tuberculose pode resultar da “incapacidade do espírito para suportar as tormentas que lhe são impostas”; a asma decorre do padrão genético, assim como das características de constelação familiar, particularmente das relações mãe-filho (super protecção da mãe) e a urticária, que encerra o significado simbólico de sofrer maus-tratos.
Peter Kutter expõe uma abordagem teórica de Psicossomática em que é possível retirar implicações terapêuticas de grande funcionalidade. No seu artigo “O conflito básico da Psicossomática e suas implicações terapêuticas”, Kutter desenvolve o conceito de conflito básico, como o que origina a perturbação psicossomática e refere-se a Psicomatoses como as sete doenças psicossomáticas básicas, “sagradas”.
Numa terapia de sucesso é necessário incluir, segundo o autor, o conflito básico e as três representações entre as quais aquele se desenvolve (representação de si mesmo, do objecto e do corpo), assim como as emoções ligadas ao carácter e/ou ao sintoma psicossomáticos.
Durante a terapia, o conflito é reactivado, resultando daí resistências no doente, bem como no terapeuta, uma vez que este também se inclui no processo de reactivação.
Qualquer tipo de terapia deverá ter em conta a solução deste conflito, independentemente de se encarar uma psicoterapia estacionária (aplicável a unidades de tratamento pequenas e de carácter familiar), em grupo (tem a vantagem dos conflitos reactivados serem mais toleráveis quando se repartem entre várias pessoas), concentrada e Psicanálise Clássica (onde é imprescindível que o analista tenha capacidade suficiente para tolerar e dominar os afectos arcaicos que se reactivam na crise psicossomática).
Em suma, a Psicossomática veio chamar a atenção para a importância, não só das consequências físicas de várias doenças, mas também para todos os problemas psicológicos que lhe estão subjacentes, permitindo ultrapassar, em parte, a tradicional dicotomia corpo/espírito.
Como complemento à teoria e evolução histórica expostas na primeira parte, pareceu-nos extremamente peremptório o contacto com profissionais directamente envolvidos com a área da Psicossomática e da Saúde.
Assim, decidimos entrevistar dois profissionais ligados às áreas progenitoras da Psicossomática: a Medicina e a Psicologia.
Manuel João R. Quartilho, Psiquiatra e docente na FMUC, deu-nos uma visão bastante clara e actual da Psicossomática. Esta tem sido uma das suas áreas de maior interesse sendo, de certa forma, pioneiro na sua investigação e tendo fundado a Consulta de Psicossomática, a funcionar nos H.U.C.
A importância que o Dr. Quartilho confere à Psicossomática encontra-se patente nas suas palavras:
É claro que a Psicossomática é importante, não só nos casos de somatização, mas também noutros casos, noutras enfermarias onde as pessoas se apresentam com patologia orgânica e, associadamente, têm problemas de natureza psicológica (depressão, preocupações de natureza hipocondríaca…). É, então, a Psicossomática que faz a ligação entre o que é orgânico e o que é psicológico, social e interpessoal, constituindo-se, portanto, como fundamental na clínica, independentemente da especialidade.
Já Rui Paixão, Psicólogo e docente da FPCEUC, enquadrou a temática da Psicossomática numa abordagem mais Psiisoccomática????????? Para ilustrar a opinião deste profissional seleccionamos o seguinte excerto da entrevista realizada:
Por isso é que eu digo que a Psicossomática se encontra numa posição de ser posta em causa, porque hoje e cada vez mais, eu creio que na Medicina existe, e se não existe deveria haver, esta compreensão, de que tudo é Psicossomático. Mas também é muito mais do que isto, na medida em que, quando digo que tudo é Psicossomático, estou a dizer que num grande número de situações clínicas, as variáveis de natureza psicológica e social também são variáveis que devem ser levadas em conta.