Prioridade

Datas - Nomes - Acontecimento

1873 - L. May
1874 - Sale; W. G. Adams
1875 - Werner Siemens
1876 - William Siemens
1877 - telefone em Portugal

1878 - Prof. Adriano de Paiva (Março 1878)

1879 - C. Senlecq (Janeiro 1879); C. M. Perosino
1880 - G. R. Carey; Ayrton e Perry
1881 - S. Bidwell
1884 - P. Nipkow


Cronologia

Anterior

Em 1878 era conhecido a possibilidade de transmitir um desenho entre dois lugares distantes com auxílio dos telégrafos autográficos, de que o telégrafo de Backwell (1851).

O selénio tinha sido descoberto em 1817 por J. J. Berzelius, mas só em 12 de Fevereiro de 1873 Willoughby Smith comunicou a notícia da observação feita pelo seu preparador L. May sobre a variação da condutibilidade do selénio cristalizado quando era submetido à incidência directa da luz (fotocondutividade).

Em 1874 Sale estudou este fenómeno físico. Nessa altura W. G. Adams concluiu que o máximo de variação da condutibilidade correspondia ao máximo de luz.

Em 1875 Werner Siemens na Alemanha publicava uma nota descrevendo a forma de preparar o selénio e estabelecendo uma lei aproximada de variação da condutividade do selénio. No ano seguinte, em Maio de 1876, W. G. Adams em Inglaterra fez novas experiências que lhe permitiram comunicar à Royal Society que a diminuição da resistência eléctrica do selénio é proporcional à raiz quadrada da intensidade luminosa.

Em 1876, quando William Siemens comunicou à Royal Society de Londres as experiências sobre o comportamento eléctrico do selénio iluminado referiu as experiências realizadas por seu irmão e referiu duas aplicações do fenómeno: um fotómetro de precisão e um "olho artificial".

No ano de 1876, em 16 de Fevereiro, era apresentado um pedido de patente para o telefone magneto-eléctrico de Graham Bell que meses depois foi mostrado na exposição de Filadélfia; o que foi noticiado em Portugal em Dezembro desse ano. Em Novembro de 1877 realizaram-se em Portugal as primeiras experiências com o telefone, utilizando-se aparelhos mandados vir da Alemanha.

O Facto

Elaboradas as reflexões (ver a Ideia) do Prof. Adriano de Paiva, datadas e assinadas em 20 de Fevereiro de 1878, o autor promoveu a sua publicação enviando-as (ver o Artigo) para a revista do Instituto de Coimbra, tendo sido publicadas no número de Março de 1878.

Ulterior

No ano de 1878, em França C. Senlecq de Ardres enviou a dois electrotécnicos franceses o projecto de um aparelho destinado a reproduzir telegraficamente à distância as imagens obtidas numa câmara escura. Este facto foi divulgado pela publicação na revista "Les Mondes" de uma notícia sobre o aparelho projectado: o telectroscópio. Essa nota apenas foi publicada em 16 de Janeiro de 1879, e serviu de fonte para uma pequena nota publicada no jornal "Nature" de 23 de Janeiro de 1879.

A divulgação da ideia de utilização do selénio na captação à distância da imagem de um objecto provocou o interesse de outros cientistas que realizaram experiências ou apresentaram projectos. C. M. Perosino em Março de 1879 apresentou a ideia de um aparelho telegráfico - o telefotógrafo - em que o sensor seria uma placa de selénio e a ligação entre o emissor e o receptor seria feita apenas por um fio, servindo a terra como condutor de retorno.

Em 1880 G. R. Carey publicou um artigo onde divulgou que anos antes tinha imaginado um dispositivo que teria um conjunto elevado de pequenas células sensoras de selénio ligadas cada uma por dois fios a pequenas lâmpadas minúsculas.

Também em 1880 W. E. Ayrton e J. Perry divulgaram um artigo onde apresentaram um sistema de reprodução da imagem de um objecto utilizando um pequena rede de sensores de selénio formando um mosaico.

Uma solução operante, mas ainda incompleta, é devida a S. Bidwell, que apresentou à Royal Society em Março de 1881 um aparelho capaz de reproduzir à distância os perfis de figuras geométricas projectadas por uma lanterna e reproduzidas pelo receptor em papel sensível.

Só em 1883 é que surgiu uma ideia que poderia permitir a observação à distância de objectos naturais e em movimento. Foi com o aparelho idealizado por P. Nipkow, a que foi concedida patente em Janeiro de 1884. O aparelho de Nipkow possuía um sistema sensor dos pontos luminosos formado por uma célula de selénio e a imagem completa do objecto era analisada com o auxílio de um sistema mecânico formado por um disco perfurado, com furos equidistantes e dispostos em espiral, rodando a elevada velocidade.


Manuel Vaz Guedes
Setembro-1998